Fundamentação

A atividade mais complexa e a mais realizada pelos Médicos de Família é a consulta. Este ato é múltiplo na sua diversidade. Dele fazem parte um vasto conjunto de tarefas e perícias: o tipo de consulta, as estratégias de negociação, a comunicação utilizada, as decisões a tomar, os registos, o modelo comunicacional estabelecido.

A utilização racional de recursos médicos é um imperativo ético no qual se alicerça a prática clínica diária levada a efeito em contexto de consulta. Essa racionalidade implica que as decisões tomadas pelo médico de família respondam a necessidades clínicas, e se materializam em atos realizados na dose, frequência e intensidade adequadas para responder às necessidades individuais das pessoas, obedecendo à melhor evidência científica disponível no momento e apresentando um adequado perfil de custo para as pessoas e para a sua comunidade.


Objetivos educacionais

Pretende‐se que no final do Curso os internos identifiquem, reconheçam e/ ou saibam manejar:


  1. As diferentes fases de desenvolvimento de uma consulta e as tarefas a desempenhar;

  2. Os diferentes modelos de consulta, e as suas implicações e consequências;

  3. O processo,  especificidade e os determinantes do raciocínio e da decisão clínica em MGF;

  4. As diferentes técnicas de entrevista no decurso de uma consulta;

  5. As perspectivas da prevenção da doença e da promoção da saúde no processo de decisão;

  6. Os princípios de um exame objectivo racional;

  7. Ferramentas e estratégias de apoio à multimorbilidade  e complexidade;

  8. Os princípios de uma comunicação facilitadora da relação médico‐doente;

  9. Técnicas de entrevista no aconselhamento de atitudes e comportamentos em saúde, nomeadamente na obesidade, tabagismo, adesão terapêutica, perturbação do sono e gestão da doença crónica.